Ajustamento de Observações I - Prof. Ivandro Klein

Site elaborado pelo discente Rubens A. L. Benevides com o objetivo de divulgar a resolução dos trabalhos passados na disciplina Ajustamento de Obervações I (nível doutorado) do programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas (PPGCG) da Universidade do Paraná (UFPR)

Trabalho 1 - Propagação de erros e/ou covariâncias

mapa_situacao coordenadas_e_precisoes

Objetivos:

  1. Calcular as coordenadas planimétricas no sistema UTM (norte - N e este - E), a ltura elipsoidal (h) e os respectivos desvios-padrões para cada um dos vértices: 25, 26, 27, 31 e 32, sendo estes vértices as divisas de um imóvel.
  2. Verificar se a precisao planimetrica resultante (precisão 2D horizontal) é melhor ou igual a +- 8 cm em cada vértice de divisa.
  3. O ultimo vértice de divisa (32) deve ser determinado pela intersecção dos alinhamentos 25-27 e 25-31.
  4. Calcular o perímetro e a área do imovel, bem como os respectivos desvios-padrões.
  5. Por fim, verificar se o desvio-padrão da área é inferior ou igual a 5 % do seu valor.

Dados para o trabalho:

Primeiro faremos o cálculo das coordenadas dos pontos da poligonal

  1. Calcular azimute e comprimento do alinhamento inicial S001-S002:
  2. primeiro_azimute
  3. Calcular o ângulo horizontal externo S002-S001-A. Segundo os dados da caderneta de campo, tem-se 8 visadas, 4 diretas e 4 inversas. Calcular o angulo horizontal consiste em tirar a média de tudo dentro do retângulo azul, desde que, claro, sejam feitas as devidas transformações da luneta para a posição direta. O mesmo vale para o ângulo zenital/vertical, no retângulo vermelho.
  4. primeiro_azimute
    formula_luneta
    calculo_re_horizontal
    calculo_vante_horizontal
    angulo_horizontal
  5. Fazer o mesmo para o ângulo zenital:
  6. formula_luneta2
    calculo_re_zenital
    calculo_vante_zenital
    anguo_zenital
  7. Calcular distância e azimute de S001 para A. Depois utiliza-los para calcular as coordenadas do ponto A:
  8. dist_S001_A
    Az_S001_A
    coordenadas_A
    desnivel_S001_A
    mapa_situacao_2

    MUDANÇA DE ESTAÇÃO: S001 -> A

  9. Calcular angulos das irradiações e distâncias. Calcular azimutes e utiliza-los para calcular as coordenadas dos pontos 25, 26, 27 e 31. Ou seja, fazer tudo de novo com a nova ré :(
  10. primeiro_azimute
    calculo_re_horizontal
    calculo_vante_horizontal
    angulo_horizontal
    calculo_re_horizontal
    calculo_re_horizontal
    calculo_re_horizontal
    calculo_re_horizontal
    poligonal_4

ERROS

  • Ok, agora vem a parte complicada de propagação dos erros, mas, conhecendo a ordem das fórmulas, não é tão complicado. Primeiro, vamos listar os parâmetros que conhecemos. Alguns valores intermediários ainda terão que ser calculados. No final, desaja-se as precisões das coordenadas dos pontos 25, 26, 27 e 31.
  • calculo_re_horizontal
  • Armado com estes 16 parâmetros seguiremos para o labirinto de fórmulas que nos dará a precisão do ponto A:
  • labirinto_de_formulas
  • Substituindo tudo encontra-se a precisão do ponto A:
  • precisao_de_A
  • Repita para os pontos 25, 26, 27 e 31.
  • NOOOOOOO

    Mesmo automatizando tudo com o uso de funções no python, doze, dos 16 parâmetros anteriores, mudarão com a mudança da estação de S001 para A. Considerando as dist. inclinadas, horizontais e as coordenadas dos pontos, o total de parâmetros necessários para calcular a pricisão dos pontos sobe para 19. Uma única função foi escrita para receber estes 19 parâmetros e calcular as precisões dos pontos seguintes (irradiações), ela se encontra neste scrip salvo no Google Colab. O scritp está dividido em 3 células de um Jupyter notebook, prontas para serem executadas e reproduzir todos os resultados deste trabalho. Mais detalhes no código.

    Parâmetros redefinidos e recalculados com estação em A:

    calculo_re_horizontal
    precisoes_finais

    De acordo com a precisão planimétrica exigida, apenas o vértice 32, determinado por intersecção de alinhamentos, excedeu o limite de 8 cm. Os vértices 25, 26, 27 e 31 atendem à precisão planimétrica exigida. A precisão planimética dos vértices que atendem ao exigido é 5 vezes menor 8 cm, o que é um bom sinal, pois dá uma margem grande para equipamentos topográficos menos precisos. Nem sempre estarão disponíveis estações totais de alta precisão, como a Ruide-RTS-822R3, que segundo a NBR 13133, é um equipamento de alta precisão.

    Cálculo da área do imóvel e sua precisão

    area_e_precisao

    A razão precisão/área nos mostra que o erro é inferior a 5 % do valor de área, como exigido no início do trabalho. No caso, o valor de 0,2 %, é 25 vezes menor que o limiar establecido. Quetiona-se se este valor é adequado, pois embora o erro na área realmente cresça com a área do imóvel, acredita-se que uma medida que variasse em função da área e da quantidade de pontos seria mais adequada. Justifica-se esse argumento com o seguinte exemplo: podem haver imóveis com área grande, mas de geometria simples, sem ultrapassar uma dezena de vértices. Por outro lado, podem existir imóveis complexos, com dezenas de vértices, mas com pouca área. No primeiro caso, o imóvel grande pode passar no teste com facilidade, mas o imóvel pequeno teria dificuldades em razão da quantidade de pontos. Há evidências de que isto é verdade pois, nesta aula, é explicado que quanto mais vértices em uma poligonal, pior a qualidade dos vértices se torna. Portanto, sugere-se uma fórmula que tenha tolerância propocional não somente à área do imóvel, mas que também considere o nº de vértices do levantamento, algo como: raiz(nº_de_vértices)*(sigma_A/A).

    Por fim, calculamos o perímetro do imóvel e sua precisão

    perimetro_e_precisao

    PS: todos os calculos foram feitos com precisao de float 64 bits (15 casas decimais), mas foram arredondados para o milímetro nas fórmulas para não poluir o site visualmente. Valores com mais casas decimais podem ser obtidos no script citado

    Trabalho 2 - Ajustamento das observações de uma poligonal enquadrada

    Objetivo

    1. Obter as coordenadas ajustadas e as respectivas precisões dos vértices A001 e A002 da poligonal com os dados fornecidos. O ajustamento deve ser realizado por meio de um dos modelos vistos: paramétrico com injunção absoluta, paramétrico com solução alternativa por meio de interpretação geométrica, correlatos ou combinado. Comparar os resultados com os resultados obtidos pelo modelo paramétrico com injunção relativa.
    observacoes_poligonal_enquadrada
    tabela_nomenclatura_poligonal

    Solução

    1. Definir equações de condição das observações:
    2. equacoes_de_condicao
    3. Calcular azimutes e projeções em XY:
    4. azimutes_poligonal_e_projecoes
    5. Verificar o erro de fechamento angular:
    6. erro_fechamento_angular
    7. Verificar o erro das projeções em X e Y:
    8. erro_projecao_XY
    9. Vetor das observações inicias (y):
    10. vetor_y_observacoes
    11. Equações de condição e matriz de derivadas parciais (Jacobiana B):
    12. jacobiana_B
    13. Vetor erro de fechamento w:
    14. vetor_erro_fechamento
    15. Matriz dos pesos W:
    16. matriz_dos_pesos
    17. Solucao (iterativa) para obter observações ajustadas:
    18. solucao_ajustamento_correlatos
    19. Resultado das iteraçôes:
    20. resultado_iteracoes
    21. Precisoes das observações (angulos + distâncias horizontais):
    22. precisoes_apos_ajustamento
    23. Resíduos após ajustamento:
    24. residuos_ajustamento
    25. O calculo das coordenadas de A001 e A002 e precisões:
    26. Utilizamos as funções anteriores de propagação de erros nesta etapa. Especificamente: calculamos a precisão do azimute da ré S002->S003, que é função apenas das coordenadas fixas, depois calculamos a precisão do azimute da vante S003->A001, onde entra o sigma de I_1 e de DH_1 obtidos na MVC, e então calculamos a precisão de A001 em x e y. O mesmo é feito com A002, mas partindo de A003 para A002, ou seja, o azimute da ré é de S005->A003, e o azimute da vante é de A003->A002. Neste último entra o sigma de I_4 e de DH_3, obtidos na MVC. Portanto, embora os pontos fixos da poligonal não entrem no ajustamento, a propagação de erros foi feita considerando as suas precisões, como no modelo de ajustamento com injuções relativas. Isto reflete uma situação mais próxima da realidade, posto que todas as observações e parâmetros devem conter erros.
      coordenadas_e_prcisoes_ajustadas
    27. Comparação dos resíduos:
    28. comparacao_residuos
    29. Comparação das observações ajustadas:
    30. comparacao_observacoes_ajustadas
    31. Comparação das coordenadas:
    32. comparacao_correlatos_parametrico
    33. Análise dos resultados:

      O modelo de equações de condição, ou correlatos, deveria ter retornado as mesmas coordenadas ajustadas que o resultado apresentado na definição do trabalho (modelo paramétrico com injuções relativas). Não sabemos o porquê das diferenças apresentadas, que foi de até 12 mm na coordenada Y do ponto A002. Muitos parâmetros são definidos e muitos cálculos são feitos na implementação, todos foram checados mais de uma vez, mesmo assim as diferenças permaneceram. Em nosso modelo, em vez de definir 6 equações para as distâncias horizontais, optamos por apenas 3, que utiliza as médias das duas DH do mesmo alinhamento. A princípio, pensamos que isso seria a causa da divergência, mas mesmo propagando os erros para as médias, que muda de 0.002 mm para este valor vezes a raiz de 2, os resultados permaneceram inalterados. Uma consequência desta escolha de equações é que não conseguimos comparar os resíduos das distâncias horizontais, mas ainda foi possível comparar os resíduos dos ângulos I. Neste ponto, a soma dos quadrados dos resíduos dos ângulos está menor que a soma dos resíduos fornecidos pelo modelo paramétrico com injuções relativas. Isto é estranho, pois no modelo dos correlatos, que aplicamos, não consideramos injunções relativas. As precisões também estão um pouco maiores que o esperado, elas não deveriam ser maiores do que as calculadas com injunções relativas. Em nossa propagação das variâncias para as coordenadas de A001 e A002, consideramos as incertezas dos pontos fixos, de forma a obter um resultado parecido com o disponibilizado. Na propagação das incertezas, o sigma das observações DH_2 (A001_A002), I_2 (S003_A001_A002) e I_3 (A001_A002_A003), não foram necessários para descobrir a variância dos pontos. Efetivamente, apenas as variâncias de I_1, I_4, DH_1 e DH_3 foram utilizadas. Abaixo estão os valores intermediários utilizados no cálculo das precisões dos pontos, segundo as fórmulas do trabalho 1. Verificou-se que apenas duas iterações foram necessárias para zerar as correções. Por fim, fez-se um teste global com os resíduos, que se mostraram superiores ao esperado. Consideramos a distribuição qui-quadrado unicaldal com um nível de significância de 1 %.

    34. valores_intermediarios
    35. Teste qui-quadrado:
    36. estatistica_x_2
      tabela_qui_quadrado